Nesses anos prestando consultoria, mentorando e facilitando workshops para executivos e grupos de líderes de empresas tradicionais e startups exponenciais, tenho ouvido – desses dois mundos em tese tão diferentes – a mesma frase: “quero alguém com sentimento de dono pra trabalhar aqui (ou trabalhar comigo).”

Isso até virou moda. E tem nome bonito: intraempreendedorismo.

Daí eu sempre provoco: “quer mesmo? você ou sua empresa estão preparados pra isso? de verdade?”

Sim, porque não adianta querer alguém com esse grau de protagonismo se ele (ou ela) não pode colocar uma vírgula na frase da missão da empresa porque ela já estava pregada na parede quando chegou.

Se não pode usar da sua autoralidade para fazer seu trabalho do seu próprio jeito, porque você (acha que) sabe fazer melhor.

Se não pode participar de uma reunião no seu lugar, porque seu ego grita.

Sejamos sinceros e sinceras: temos medo de perder, de não sermos mais úteis, do outro (ou outra) ser melhor. Temos medo de sermos substituídos. Então vamos parar de fazer discursos vazios, até que sejamos capazes de efetivamente perceber o outro como parceiro, e não como concorrente.

Não adianta falar de temas que estão na moda sem praticá-los. Viram discursos vazios, incoerentes.

Treine dividir o palco, as reuniões, os clientes, os contratos. Treine calar sua voz para que o outro fale, sem medo que ela lhe falte.

Treine até que aprenda. E permita que outros intraempreendedores realmente floresçam ao seu redor.

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