A primeira vez que escutei o termo CNV – Comunicação Não-Violenta – foi em um retiro holístico nos Alpes Andinos em 2013. De lá pra cá, fiz cursos, me aprofundei em estudos e fiz das minhas relações um verdadeiro laboratório de testes dessa metodologia.
Para quem não sabe, a CNV é um conjunto de técnicas que foram canalizadas e organizadas pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, que infelizmente nos deixou em 2015.
Quando conhecemos os elementos da CNV, nos colocamos diante de uma nova forma de nos comunicarmos. Somos desafiados a nos perceber mais profundamente e consequentemente percebermos o outro. São quatro os componentes: (1) observação dos fatos; (2) identificação dos sentimentos relacionados aos fatos; (3) identificação das necessidades próprias e do outro; (4) pedido claro e específico.
Quando comecei a aprender a CNV tive a impressão de estar aprendendo um novo idioma. É difícil pra caramba sustentar uma conversa atenta a esses 04 componentes.
Primeiro, porque geralmente não estamos atentos aos fatos ao iniciarmos uma conversa. Ficamos presos em interpretações, achismos e nas nossas próprias ilusões mentais. Segundo: nos exige coragem e atenção para identificar e dar nome aos nossos sentimentos. Terceiro: nos pede repertório de palavras e vulnerabilidade para admitirmos as nossas necessidades mais genuínas. E o quarto desafio (mas não menos importante): precisamos aprender a fazer pedidos e não exigências (que é o que a maioria de nós faz).
Percebam que elenquei um desafio para cada componente, porque é assim mesmo. A cada avanço nessa trilha percebemos deslizes, atropelos e a nossa falta de autocontrole. Somos reféns das nossas emoções e interpretações e a CNV esfrega isso na nossa cara.
Após anos tendo contato com a técnica, estudando, vivendo os conceitos, até hoje pra mim ainda não é possível sustentar todos passos da CNV com todas as pessoas. Percebo que quanto maior é o vínculo emocional com quem que estamos nos comunicando maior é desafio de praticarmos com excelência os passos da CNV.
Mas nem por isso desanimo, e nem você deve desanimar, porque se tem outras duas lições que o Dr. Marshall nos deixou é aprendermos a ser mais vulneráveis e empáticos.
Sigamos então nos observando e amadurecendo, pois somente dois corações adultos podem ter conversas saudáveis e significativas.
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ALINNE FERREIRA
Alinne Ferreira, é empreendedora, orientadora profissional e terapeuta sistêmica de Constelação Familiar e Organizacional. Trabalha há 20 anos com educação profissional e corporativa. Ajuda às pessoas se encontrarem no mundo do trabalho, para fazerem mais e melhor.
Love is in the air... O mês de junho é aquele que já chega com corações. De
A história da Amadoria já dava um livro, mas por ora vamos tentar fazer caber
“Ouvir somente com os ouvidos é uma coisa. Ouvir com o intelecto é outra. Ma