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Normose… quando a normalidade adoece!



23 outubro, 2020
Autoconhecimento

Enquanto avanço na leitura do livro Normose: A patologia da normalidade, mil ideias brotam na minha mente. Primeiro o curioso fato de que eu ganhei esse livro em 2011 e somente agora, em 2020, eu o tomei para ler. E tomá-lo agora, me leva à força da sincronicidade. Justamente quando eu decidi dar início a um projeto importante na minha vida chamado Humanidades, eu me deparo com a leitura desse livro que nos ensina justamente a sermos humanos melhores. Ou melhor, ele nos provoca a compreender que estamos em construção. Ainda não somos humanos.

Sobre a normose, os autores denunciam o fato de que existe uma “normalidade” que adoece, que diz às pessoas como elas devem se comportar e sentir, mesmo que esse padrão seja ruim. Com o império dessa pretensa normalidade, não há qualquer espaço para a diferença e autenticidade. E os subversivos – aqueles que se percebem diferentes e optam pela autenticidade – acabam pagando um preço muito alto.

Essa normalidade que agride, incapacita e adoece não é percebida pelas pessoas que estão no “piloto automático”. Assim, há um caminho desafiador na busca pela superação da normose.

Sobre o fundamento sistêmico da normose, os autores consideram o seguinte: “a normose surge quando o sistema se encontra dominantemente desequilibrado e mórbido. Então, ser normal passa a ser ajustar-se à patologia reinante, mantendo assim, o status quo.  Neste contexto de normose, a pessoa realmente saudável é aquela dotada da capacidade de um desajustamento justo, de uma indignação lúcida, de um desespero sóbrio. Trata-se de ser capaz de desmaiar”.

O livro é maravilhoso e merece ser lido! Podemos pensar sobre a normose em diversa searas, mas nesse texto vou me ater à questão da autenticidade e consciência.

Os autores ressaltam que toda normose é uma forma de alienação e nos alertam para o fato de que tomar consciência sobre sua existência – buscando a liberdade e tomando cuidado de não seguir regras cegamente – é um passo importante para sairmos dessa cilada.

Por medo do ostracismo, muitos renunciam à sua própria originalidade, ao próprio poder, à própria independência, adotando o conformismo como forma de se proteger da exclusão. Quanto mais você conhece seu mundo interior, mais estranheza pode causar aos outros e isso pode fazer com que muitas pessoas temam o autoconhecimento e a sua expressão genuína.

É importante compreender que estar bem adaptado a uma sociedade doente não é sinal de saúde… e que pode doer ouvir sua voz interior, ter coragem suficiente para se descobrir e ser efetivamente quem você é, pois pode haver rejeição. Mas os benefícios da evolução como humanos serão percebidos na sua pele e na sua expressão mais genuína, gerando mais plenitude e relacionamentos mais ricos.

A propósito, acredito que lugares como a Amadoria e amadores e amadoras que a frequentam tendem a ser pessoas que despertaram para importância da autoconsciência. Diversos projetos e inciativas que acontecem no espaço questionam, provocam e rompem com o status quo, o que pode ser muito benéfico, por representar uma mola propulsora para uma vida mais autêntica.

 

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CYNARA BASTOS

Cynara Bastos é psicóloga e inspiradora de pessoas, que tem como missão promover a autoconsciência, permitindo que os seres humanos reconheçam seus dons e que possam, por meio deles, gerar riqueza intelectual, espiritual e financeira.

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