A série de TV americana This is Us – com suas quatro temporadas disponíveis na Amazon Prime, e a quinta começando a ser exibida nos canais a cabo – está entre as minhas favoritas.
O primeiro motivo que me leva a sempre tecer elogios, e sugerir que todos assistam, não é o fato de eu chorar rios em cada episódio, ao que, confesso, já me acostumei. O que me leva a indicá-la constantemente é que ela mostra a vida como ela é, com seu lado bom e ruim, com os erros e acertos de cada ser humano.
Outro dia ouvi, em um tom revoltante: “como podemos celebrar a vida com tantas mortes?”
Sem correr o risco de parecer desconectada da realidade, insensível, ou a favor de aglomerações – porque de fato não sou nada disso – ao ouvir essa frase, me perguntei: “mas essa não é a nossa vida, não foi sempre assim?”
Não estamos, todos e cada um de nós, sujeitos a eventos felizes e tristes, alguns deles até concomitantes? Não vivenciamos, em um único dia, momentos de amor e de dor que tantas vezes se sobrepõem? Não somos, em uma única hora, pessoas das quais nos orgulhamos e das quais nos envergonhamos, de acordo com nossas atitudes e escolhas?
Há alguns anos atrás recebi uma ligação com a triste notícia de que uma cliente minha havia morrido. Morreu no parto, após ter dado à luz a duas lindas meninas, gêmeas. Fui para o enterro com um misto de tristeza e alegria. E essa mistura era revoltante. Saber que quando finalmente o que ela queria tanto (ser mãe) aconteceu, ela não estaria presente para viver.
Abraçar a vida como ela é. Não podemos deixar de viver nenhuma parte dela. Chorar quando tem que chorar, até a última lágrima, e rir e celebrar (da forma como puder) os momentos de prazer, amor e alegria, quando estivermos diante deles.
Os personagens fictícios dessa série norte-americana têm outra característica em comum. São corajosos para viver. Não se poupam. Taí mais uma lição.
Mas atenção, cuidado para não confundir: não se poupar, ter coragem pra viver, não significa se jogar de um penhasco aos fins de semana, pular de paraquedas ou surfar ondas gigantes. A coragem da qual falo é a coragem para as “pequenas coisas”, que na verdade não são nada pequenas: reconhecer a sua vulnerabilidade, pedir ajuda, enfrentar os próprios fantasmas e medos, do tamanho que forem. Colocar vontade, intenção e ação no que precisa ser feito, se mostrar por inteiro, tentar mais de uma vez antes de desistir.
Dê esse presente a você. Não se poupe.
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LUCIANA GALLO
Luciana Gallo é co-fundadora da Amadoria, facilitadora de processos colaborativos, de desenvolvimento pessoal, e de mudança organizacional. Mentora e palestrante, ajuda as pessoas a (re)significarem suas vidas e trabalhos. Atua na expansão do conhecimento e da consciência da pessoa e do profissional dentro das organizações e das comunidades.
“Vamos marcar, poxa! Estou morrendo de saudades”... E lá se passaram dois,
A escuta é um processo importantíssimo na comunicação, e uma das grandes que
“Ouvir somente com os ouvidos é uma coisa. Ouvir com o intelecto é outra. Ma