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Quem (bem) se comunica, seus males descomplica!



15 junho, 2021
Autoconhecimento

Entra ano e sai ano, entra década e sai década, entra século e sai século, e ele permanece: o desafio da comunicação. Ou pelo menos, da boa comunicação.

 

Mas, pra início de conversa, o que é uma boa comunicação?

 

Uma boa comunicação não é aquela em que você consegue convencer alguém a fazer algo, ou quando você tem uma boa oratória, ou uma forma assertiva de vender uma ideia ou um produto.

 

Uma boa comunicação, pelos ensinamentos do saudoso professor e criador da comunicação não-violenta Marshall Rosenberg, é aquela que busca a conexão e o aprimoramento das relações por meio do enriquecimento da vida das pessoas que se relacionam.

 

É um conceito profundo e muito humano esse que Marshall criou, juntamente com a metodologia que – na minha experiência como praticante e facilitadora da CNV – tem a possibilidade real de criar pontes. E resolver conflitos.

 

Mas aqui quero fazer um recorte, no que tange à conexão.

 

Se uma boa comunicação é aquela que busca a conexão, o que facilita a conexão entre as pessoas? Existem algumas atitudes que você pode praticar e que vão ajudá-lo muito no ato de se comunicar, nos seus relacionamentos, na sua vida!

 

ESTEJA PRESENTE. Nos dias de hoje, presença e atenção valem ouro. Com tantas distrações, tantos afazeres, tantos chamados… parar tudo, deixar o celular de lado, fechar o computador e olhar nos olhos do outro para conversar é realmente extraordinário.

 

ESCUTE ATIVAMENTE. A maioria de nós escuta para responder, não escuta para entender. A escuta ativa é aquela em que você realmente quer entender o outro, faz mais perguntas investigativas, fala menos de si, observa atentamente inclusive o que não é dito… fácil? Nunca! Possível? Sim!

 

ABRA MÃO DOS RÓTULOS E DOS JULGAMENTOS MORALIZADORES. Julgamos muito, quase o tempo todo. Por motivos variados: religião, partido político, opção sexual, raça… Rotulamos as pessoas facilmente, mesmo que não estejamos com elas o tempo todo. Somos ótimos em generalizações, e em repelir o diferente. Talvez seja impossível pararmos de julgar e rotular, já que somos humanos (e, portanto, falíveis), mas o que podemos sim fazer é estarmos atentos para não deixar que as diferenças nos impeçam de trabalhar e conviver – e por que não, aprender – com os outros.

 

RESPONSABILIZE-SE POR SEUS SENTIMENTOS. Não importa o que a outra pessoa lhe fez, o sentimento que veio disso é seu. Entenda isso de uma vez por todas, e pule três casinhas no jogo da vida. Não significa que você deve aceitar o que está errado, e que o erro não deva ser corrigido, e até punido, mas os sentimentos são seus. Isso é pessoal e intransferível. E aprenda a falar sobre eles, dê nome ao que está sentindo, expresse isso para a outra pessoa, mas sabendo que isso é seu.

 

SEJA UM INVESTIGADOR DE NECESSIDADES, PRÓPRIAS E ALHEIAS. Taí o pulo do gato. Entenda o que está por trás daquela ordem, daquele grito, daquela exigência. É sempre uma necessidade não atendida. Temos inúmeras. E todos os outros também. O grande desafio é que, nem sempre, as nossas necessidades coincidem com o da outra pessoa, que está diante de você. Saber identificar quais são as necessidades à mesa não significa que você irá realizar todas, ou que o outro o fará por você. Significa que, juntos, vocês podem encontrar um caminho que facilite e promova a solução que melhor atenda às necessidades de ambos.

 

PARE DE DISCUTIR COMPORTAMENTOS SEM DADOS E FATOS. É o famoso SEMPRE, ou NUNCA… já começou ou ouviu uma frase assim: você nunca me dá atenção…. se já, sabe que o que continua a partir daí não é o que se pode chamar de uma boa comunicação. Tenha sempre na memória os dados e fatos, e converse a partir deles, e sobre eles.

 

PARE DE FAZER COMPARAÇÕES. Quem tem irmãos sabe bem que isso não funciona. Tive um querido professor que dizia “a comparação é a fila do inferno”. Pra quem acha que comparar ajuda o outro a se motivar, pense duas vezes! É mais provável que o irrite, e a partir daí a comunicação não fluirá bem.

 

DEIXE CLARA A INTENÇÃO DA CONVERSA. Busque sempre trazer clareza para o outro sobre o que você espera, o que quer ao conversar com ele. Dê a essa pessoa a chance de, inclusive, escolher não conversar naquele momento. Prepare-se, e deixe que o outro se prepare. Nossa Senhora da Boa Comunicação agradece.

 

OBSERVE MAIS, INTERPRETE MENOS. Foque nos fatos, evite interpretar. Aquele “olho virado” do outro pode ser uma dor de barriga, já pensou nisso? Nunca saberemos o que se passa na mente e no coração das pessoas, então interpretar é sempre um risco. Se quiser mesmo interpretar alguém, confira com ele se sua percepção está correta, antes de tirar conclusões precipitadas.

 

EVITE A FOFOCA. O hábito mais antigo da humanidade, e ainda assim um dos piores e mais destruidores. Existem famílias e empresas que se desfizeram pela fofoca. Culturas corporativas adoecidas por conta de fofoca. Não fale de quem não está presente, não está à mesa, não está na sala. Evite. Diminua. Pare.

 

FAÇA PEDIDOS CLAROS E ESPECÍFICOS. Lembre-se de uma vez por todas que não existe o óbvio. Seja claro, aprenda a pedir. Escreva antes, se preciso for. Abra seu coração, exerça sua vulnerabilidade. Peça exatamente (e em detalhes) aquilo que precisa.

 

Antes que diga que nada disso funcione, teste! Escolha se abrir para uma comunicação mais conectada e, como Marshall diria, que vai enriquecer a sua vida.

 

 

 

______________________________

LUCIANA GALLO

Luciana Gallo é co-fundadora da Amadoria, facilitadora de processos colaborativos, de desenvolvimento pessoal, e de mudança organizacional. Mentora e palestrante, ajuda as pessoas a (re)significarem suas vidas e trabalhos. Atua na expansão do conhecimento e da consciência da pessoa e do profissional dentro das organizações e das comunidades.

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