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Viver sem aventura



27 novembro, 2020
Autoconhecimento

“Tolice é viver a vida assim, sem aventura…”

 

 

Há algum tempo fui convidada para fazer uma prova de aventura, de última hora porque uma das pessoas do grupo tinha ficado doente e não poderia participar. Até então nunca tinha pedalado em uma trilha. Havia tido um acidente de bike antes, o que me deu medo de qualquer descida. Além disso, o percurso era muito maior do que qualquer um que eu já tivesse pensado em fazer.

Por definição, aceitar o desafio já seria uma aventura em si. Isso porque, apesar de amar esportes, estou longe de praticá-los com o objetivo de buscar sempre a mais alta performance. Não me falta determinação, mas o corpo reclama logo.

Como dizem que precisamos fazer coisas novas, ir além, e minha amiga garantiu que eu daria conta, cai de gaiata na prova e fui!

Alinhei com o grupo a minha inexperiência e meu nível de preparo, para me certificar que todos estariam cientes da roubada. Meu objetivo primeiro era voltar inteira, e, na medida do possível, não atrapalhar o grupo! Um misto de vontade e medo.

Mas sempre foi o esporte que me ensinou que superação é só uma questão de ter coragem de se colocar na fogueira e determinação de sair. Às vezes com algumas cicatrizes (e dos momentos incríveis que vêm delas), mas nunca com arrependimento.

E advinhem o que aconteceu? Não sei explicar como, mas fui muito além do que jamais poderia imaginar… Alguma coisa naquele contexto de estar na natureza (que eu amo), de ser parte de uma equipe (que eu amo), com pessoas incríveis (que eu amo) fez surgir uma nova versão minha (que eu amo)!

Depois de nove horas e vinte minutos de prova intensa, cinco litros de água e muitos suplementos e comidinhas que meu time atencioso me forneceu, passando incontáveis momentos de perrengue, subidas atrás de subidas empurrando a minha bike, correndo contra o tempo, xingando e perguntando “p…q…p…, o que eu estou fazendo aqui?”, senti uma prazer enorme, que continua até hoje em mim quando lembro desse episódio.

Foram nove horas e vinte minutos em que estive totalmente presente. Pensando apenas no meu próximo passo, na minha próxima pedalada. Sabendo que fazia parte de um grupo, e que esse grupo precisava de mim inteira, que precisava funcionar em conjunto, e que esse conjunto era maior que a soma das partes.

Domei meu medo da descida, adquiri segurança e confiança em mim e vivi profundamente o significado da palavra unidade, de uma maneira que jamais poderia explicar. Porque sozinha jamais teria feito nem metade do que fiz. Dos membros da minha equipe fiquei sabendo muito pouco em termos de vida pessoal, mas descobri que foram as melhores pessoas do mundo para estar comigo naqueles momentos. Arrisco dizer que viramos irmãos, incentivando e ajudando uns aos outros. Difícil até de explicar.

Dizem que pode ser a tal da endorfina, mas eu ouso dizer que a minha endorfina veio de estar em equipe, de fazer parte. Até hoje quando comento com as pessoas da prova e sinto aquela chama acender em mim, fico intrigada com o efeito desse evento tão singular. E tento registrar para não esquecer e não perder a oportunidade de repetir momentos assim.

Foi uma das melhores experiências da minha vida. Uma verdadeira aventura.

E você… a quanto tempo não participa de uma aventura assim?

E se eu puder dar uma sugestão… por mais que dê uma certa preguiça … vale sair da inércia. Encorajo você a fazer algo do tipo, afinal: “tolice é viver a vida assim, sem aventura”.

E atenção: talvez essa aventura não vai acontecer na natureza, mas no seu trabalho, no seu relacionamento, onde a vida colocar você! Saia da inércia, dê o seu melhor, se jogue, não se poupe… use capacete e vá!

Boa sorte!

 

______________________________

 

PATA

Patricia Giglio, a Pata, é um conjunto de arranjos e combinações às vezes contraditório: uma esportista, ativa e instrutora de yoga . Consultora e facilitadora de processos de autoconhecimento, ajuda a desenvolver pessoas e equipes para que possam “empreender-se” melhor e serem mais inteiros e conectados consigo, com os outros e com o mundo.

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